sábado, 22 de agosto de 2009

O Texto de Mil Caracteres - 千字文 - parte 2

金生麗水
玉出崑崗
劍號巨闕
珠稱夜光
果珍李柰
菜重芥薑
海鹹河淡
鱗潛羽翔



transcrição fonética pinyin:


jīn shēng lì shuǐ
yù chū kūn gāng
jiàn hào jù quē
zhū chēng yè guāng
guǒ zhēn lǐ nài
cài zhòng jiè jiāng
hǎi xián hé dàn
lín qián yǔ xiáng


tradução:

Ouro nasce no rio Li,
Jade vem da montanha Kunlun.
(Famosas) a espada Juque * e
A pérola Yeguang*.
As mais caras frutas são a pêra e a maçã,
E os mais valiosos temperos, a mostarda e o gengibre.
O mar é salgado, e o rio, insípido,
Os cardumes nadam e os bandos alados voam no alto.

* Espada Juque equivale à Excalibur das histórias do Rei Arthur. Era uma espada mágica, feita de jade.
A pérola Yeguang era uma pérola de fantástica beleza, e, segundo as lendas, era o olho de uma baleia.

sábado, 1 de agosto de 2009

O Texto de Mil Caracteres - 千字文 - parte 1

O Texto de Mil Caracteres, ou Qian Zi Wen, é uma obra escrita durante a dinastia Liang (502-556). Era, assim como o Clássico dos Trissílabos, utilizado na alfabetização de crianças. O que mais chama atenção no texto, e que lhe deu esse nome, é que ele é composto por exatamente 1.000 ideogramas que não se repetem. Ainda por isso, ele também é usado para numerar uma série de 1.000 itens (assim como numeramos uma série de 26 itens com as letras do alfabeto).

天地玄黃
宇宙洪荒
日月盈昃
辰宿列張
寒來署往
秋收冬藏
閏餘成歲
律呂調陽
雲騰至雨
露給為霜


transcrição fonética pinyin:

tiān dì xuán huáng
yǔ zhòu hóng huāng
rì yuè yíng zè
chén xiù liè zhāng
hán lái shǔ wǎng
qiū shōu dōng cáng
rùn yú chéng suì
lǜ lǚ diào yáng
yún téng zhì yǔ
lù gěi wéi shuāng

tradução:

O céu era negro, a terra era amarela;
O espaço-tempo era infinito e caótico.
(Agora) O sol ascende e descende, a lua enche e mingua;
As constelações se dispõem alinhadas em seu lugar.
Vem o frio e volta o calor,
Colheita no outono, armazenagem no inverno.
Os dias extras completam o ano bissexto;
As notas da flauta são afinadas em Yang.*
As nuvens sobem e se tornam chuva;
A geada se condensa numa camada gelada.

*A flauta de bambu utilizava uma escala de 12 notas. 6 eram consideradas Yang, e 6 eram consideradas Yin.

domingo, 7 de junho de 2009

Pequeno Pinheiro - Wang Jian

Poeta da dinastia Tang (618 - 907)

小松 - 王建


小松初数尺,
未有直生枝。
闲即旁边立,
看多长却迟。



Xiǎo Sōng - Wáng Jiàn

xiǎo sōng chū shù chǐ,
wèi yǒu zhí shēng zhī。
xián jí páng biān lì,
kàn duō zhǎng què chí。


Pequeno Pinheiro - Wang Jian

Pequeno pinheiro, de poucos palmos,
Seu tronco ainda não se firmou.
Em minhas horas de ócio, junto dele,
Vejo como cresce ainda mais lento.

sábado, 16 de maio de 2009

Em Luchai - Wang Wei

鹿柴 - 王維

空山不见人,
但闻人语响。
返影入深林,
复照青苔上。



lù chái - wáng wéi

kōng shān bù jiàn rén,
dàn wén rén yǔ xiǎng。
fǎn yǐng rù shēn lín,
fù zhào qīng tái shàng。


No vazio da montanha, não vejo pessoa alguma,
Mesmo assim, ouço uma voz humana.
Raios de luz penetram na sombra do bosque,
Iluminando o musgo, tão verde.

domingo, 10 de maio de 2009

Daodejing - cap.2

天下皆知美之为美,斯恶矣。
皆知善,斯不善矣。
有,无之相生也。
难,易之相成也。
长,短之相形也。
高,下之相盈也。
意,声之相和也。
先,后之相随,恒也。
是以圣人居无为之事,行不言之教。
万物昔而弗始,为而弗恃也,成功而弗居也。
夫唯弗居,是以弗去。


tiān xià jiē zhī měi zhī wéi měi,sī è yǐ。
jiē zhī shàn,sī bù shàn yǐ。
yǒu,wú zhī xiāng shēng yě。
nán,yì zhī xiāng chéng yě。
cháng,duǎn zhī xiāng xíng yě。
gāo,xià zhī xiāng yíng yě。
yì,shēng zhī xiāng hé yě。
xiān,hòu zhī xiāng suí,héng yě。
shì yǐ shèng rén jū wú wéi zhī shì,xíng bù yán zhī jiào。
wàn wù xī ér fú shǐ,wéi ér fú shì yě,chéng gōng ér fú jū yě。
fū wéi fú jū,shì yǐ fú qù。


No mundo, todos conhecem o belo como belo, aí surge o feio.
Todos conhecem o que é bom, assim surge o que é ruim.
Ter e não-ter geram um ao outro.
Difícil e fácil determinam um ao outro.
Longo e curto formam um ao outro.
Alto e baixo causam um ao outro.
Pensamento e palavra harmonizam um ao outro.
Primeiro e seguinte se seguem continuamente, um após outro.
Por isso, o Sábio trata dos assuntos pelo Não-agir e ensina sem palavras. As suas coisas, desde antigamente, nunca tiveram um início. Elas se fazem sem depender de nada. Há o sucesso, mas não está nele mesmo. Ele não reivindica que esteja nele, por isso não o perde.

domingo, 26 de abril de 2009

Daodejing cap.1

道可道也,非恒道也。
名可名也,非恒名也。
无名,万物之始也。
有名,万物之母也。
故恒无欲也,以观其妙。
恒有欲也,以观其所徼。
两者同出,异名同谓。
玄之又玄,众妙之门。

dào kě dào yě, fēi héng dào yě。
míng kě míng yě, fēi héng míng yě。
wú míng, wàn wù zhī shǐ yě。
yǒu míng, wàn wù zhī mǔ yě。
gù héng wú yù yě, yǐ guān qí miào。
héng yǒu yù yě, yǐ guān qí suǒ jiào。
liǎng zhě tóng chū, yì míng tóng wèi。
xuán zhī yòu xuán, zhòng miào zhī mén。

A Verdade que pode ser descrito em palavras não é a Verdade permanente.
O Nome que pode ser nomeado não é o Nome permanente.
Não tendo nome é o princípio de todas as coisas.
Tendo nome é a mãe de todas as coisas.
Assim, quem permanece sem desejo, vê a essência.
Quem permanece com desejo, vê a expressão.
Os dois têm a mesma origem, diferenciando-se nos nomes com que são chamados.
Profundamente oculta é a porta para se conhecer a essência dos seres.